MPB
A MPB existe desde o período colonial brasileiro, com a mistura de várias tendências musicais. Mas como movimento a MPB surgiu em 1966, com a segunda geração da Bossa Nova. A expressão derivada de Música Popular Brasileira, na opinião de muitas pessoas, esbarra no conceito de que a MPB é um produto elitizado, enquanto que na expressão Música Popular Brasileira, o próprio nome já diz: popular. A verdade é que a MPB é apenas uma sigla que anunciou a fusão de dois movimentos musicais, até então divergentes, a Bossa Nova e o engajamento folclórico dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes.
A MPB estava literalmente ligada à imagem de música de universidade, e uma variação importante desse movimento foi a curta duração, mas influente, conhecida como Tropicália, que tinha à frente Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações de Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes e do Maestro Rogério Duprat, cujo grupo ainda seria completado com Nara Leão, José Carlos Capinan e Torquato Neto e também do poeta Rogério Duarte, um de seus principais mentores intelectuais. A Tropicália foi um movimento que mudou critérios, não só musical, política, moral, mas também, de comportamento ao corpo, ao sexo e ao vestuário, assimilando a contracultura hippie na moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas.
Mesmo com o curto movimento do Tropicalismo, entre 1967 e 1968, a Bossa Nova se apagaria na segunda metade da década de 1960, mas deixaria filhos como Geraldo Vandré, Edu Lobo, Taiguara e Chico Buarque de Hollanda, que apareceriam com frequência nos Festivais de Música Popular, embora já restasse bem pouco de bossa nova.
Mesmo depois da passagem desses movimentos importantes, como os festivais e a Tropicália, a MPB continuou revelando grandes nomes. E com o passar do tempo, já na década de 1970, caminhou para outras vertentes, abrangendo outras misturas de ritmos como a do rock, soul, samba e samba-rock, além da música pop, e na continuação de aliados importantes como Elis Regina, Milton Nascimento, Maria Bethânia e outros nomes que influenciaram a permanência e o aparecimento de novos nomes importantes na MPB.
Na década de 1970 uma nova fase forte da MPB se formou. Nomes como DJavan, Fafá de Belém, Clara Nunes, Belchior, Fagner, Ivan Lins, Alceu Valença, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Elba Ramalho e Jorge Ben Jor continuavam fortalecidos e em grande evidência.
Vêm as décadas de 80 e 90, e com forte influência do exterior a MPB começou a tomar um novo rumo com o aparecimento de outros ritmos e novos sucessos. A edição do Rock in Rio, por exemplo, serviu para impulsionar o rock nacional, com o surgimento de várias bandas.
O crescimento da música sertaneja, incluindo a música country, também acabou tirando espaço da MPB. Mas tudo isso não impediu o aparecimento de novos talentos, como: Vanessa da Mata, Ana Carolina, Marisa Monte e Maria Gadú, entre outros nomes importantes de uma geração mais recente. E assim, definitivamente, com o início dos anos 90, deu-se a chamada “nova MPB”. Mas o movimento vem recebendo muitas críticas, já que alguns críticos afirmam que que o novo ritmo é apenas um estilo introduzido pela indústria cultural, e com letras sem nenhuma ideologia. Embora seja uma nova tendência, que também tem aprovação por parte de outros críticos.
Como podemos observar, alguns artistas da nova MPB como Lenine, Chico César e Zélia Duncan já não estão tão renovados assim, já que vêm de outra geração, mas que resolveram inovar a partir dos anos 90, inserindo em seus novos trabalhos elementos eletrônicos como bateria, baixo eletrônicos e piano elétrico, dando à nova MPB uma vertente mais pop. Fazem parte dessa nova geração: Cássia Eller, Simoninha, Jair de Oliveira, Maria Rita, Bebel Gilberto, Adriana Calcanhoto, Luciana Melo, Pedro Camargo Mariano, Tiago Iorc e Fernanda Porto, entre outros, puramente MPB ou com alternâncias de rock, pop, pop-rock e outros ritmos.
E o que a MPB assimilou dessa nova turma e espera de outras que virão, é a manutenção do seu status como referência mundial em estilos musicais, contando sempre com artistas conceituados.