Funk
O funk é um ritmo sexy, solto e, normalmente, com frases repetidas. O ritmo nasceu nos Estados Unidos em meados da década de 1960, combinando uma mistura de soul, jazz e rhythm and blues numa nova forma de música rítmica e dançante, e com forte pegada de metais, ainda que negros norte-americanos primeiramente o denominasse como um ritmo mais suave, o que acabou tornando uma referência para os músicos que surgiram depois. No início foi bem hostilizado pelo fato da palavra “funk” assimilar conotações sexuais na língua inglesa. E só passou mesmo a ser considerado um gênero distinto, a partir das inovações de James Brown, fortalecendo ainda mais a seção de metais, como podemos ver em “Papa's Got a Brand New Bag”, tida com a canção que lançou o gênero funk.
Nas décadas de 1960 e 1970 as bandas mais diversas do funk foram, dentre outras: Kool & The Gang, The Meters, Tower of Power, Earth, Wind & Fire e The Ohio Players. Outra banda que deu subsídio ao movimento foi Funkadelic, que desenvolveu um tipo de funk mais pesado, instigado pelo jazz e pelo rock psicodélico. Nos anos 70 teve forte influência nos trabalhos de grandes músicos de jazz: Miles Davis, Herbie Hncock e Gerge Duke. E também por Jimi Hendrix, Sly and The Family Stone e Gerge Clinton.
Enquanto nos Estados Unidos surgiam nomes como os "popstars" Michael Jackson e Prince, no Brasil, já na década de 70 no Rio de Janeiro, eram promovidos os primeiros bailes feitos com vitrolas hi-fi. Aos poucos as equipes foram crescendo e adquirindo equipamentos melhores. Nessa década Tim Maia, Carlos Dafé e Tony Tornado começaram a tocar sucessos do soul. Aderiram o estilo do Black Power e fundaram o movimento Black Rio, enquanto que em São Paulo Lady Zu era a grande musa da época.
Nos anos 80 o funk deu uma esfriada, mas os vocais de James Brown começaram a ser copiados para outras músicas, em especial a house music, o novo fenômeno das pistas. Nessa época também surgiram outras derivações do funk, dando combustível para os movimentos Break e Hip Hop. Foi também nos anos 80, que o funk começou a atrair as pessoas na periferia carioca, influenciado por novos ritmos, principalmente o Miami bass, do chamado pancadão que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas ao invés de melodias com letras que falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas. Nessa fase do Funk, os naipes de metais começaram a ser substituídos por teclados sintetizadores, com linhas mais simplificados dos metais e poucos solos. Também nessa fase começaram a exclusão dos “bateristas funk” e a substituição dos contrabaixos por linhas de baixo do sintetizador e outras transformações, a partir de novas influências como a house music, por exemplo.
A essa altura o funk carioca começou a se despertar para a popularização e, a partir de 1989, a atrair milhares de pessoas para os seus bailes. E nessa crescente foram aparecendo nomes importantes para o funk como Dj Marlboro, responsável pelo primeiro lançamento de um LP Vinil no Brasil e um dos protagonistas do movimento com a expansão do funk para os bailes a céu aberto, e também Claudinho & Buchecha que evoluíram para outros tipos de temas começaram a aparecer.
O FUNK NA DÉCADA DE 1990
Vieram os anos 90 que foi o começo da popularização do funk, com o aumento significativo das gravações de raps em português, quando o movimento foi formando sua identidade própria, com as letras refletindo mais o dia a dia das comunidades. O ritmo foi ficando cada vez mais popular e os bailes se multiplicando e lotando as casas de shows. Um dos principais nomes do funk é representado por uma dupla, Cidinho e Doca, que ajudou a popularizar o funk no Brasil com a música “Rap da Felicidade” em 1994.
Postura de artistas como Fernanda Abreu, Cidinho & Doca passaram por cima de preconceitos, para popularizar o pancadão e fez toda a diferença
Com uma nova vertente, o funk passou a ser mais valorizado, tendo como temas canções mais românticas e mais melódicas. Nessa linha, denominada funk melody, os principais destaques dessa época foram o cantor Latino, Copacabana Beat e Mc Marcinho que marcou seu nome na história do funk nacional.
Com muita presença na mídia Latino virou a década mantendo a carreira em alto nível.
Dessa maneira o funk foi descendo o morro, passando a ter espaços nas AMS e em programas de TV como Xuxa Park. Mc Leozinho, inclusive proporcionou um importante momento para o funk quando participou do especial de fim de ano de Roberto Carlos, na Globo. Passada toda a tempestade, o funk tornou-se um dos maiores fenômenos de massa no Brasil, basicamente ligado ao público jovem, e com vários artistas na nova geração fazendo muito sucesso, entre eles, Naldo Benny, antes conhecido como Mc Naldo. Anitta e Ludimila também cantaram com Roberto Carlos em seu especial de final de ano.
Além dos nomes citados, outras figuras importantes merecem destaque na elevação e continuação do funk, dentre eles: Mc Guime, Valesca Popozuda, Bonde do Tigrão, Lexa, Mc Créu, Mc Koringa, Mc Romário, Mc Sapão e Gabriel O Pensador.